A impiedade que afeta os Millennials

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A impiedade que afeta os Millennials

Embora as diferenças geracionais sejam muitas vezes sobrevalorizadas no local de trabalho, os millennials (nascidos desde os anos 80 até aos primeiros anos de 2000) enfrentam um desafio particular, imposto pela realidade da moderna comunicação 24/7: “uma comparação impiedosa” com os seus pares.

Em centenas de entrevistas recentes com pessoas na casa dos vinte anos por todo o Reino Unido, ouviu-se esta questão de forma recorrente. Um desses entrevistados descreveu assim o desafio, “Somos uma geração em que cada um se compara impiedosamente com quem o rodeia e, ao mesmo tempo, com os seus modelos de comportamento. E, se não estivermos a fazer algo de excecional, ou não nos sentirmos importantes e realizados por aquilo que estamos a fazer, passamos um mau bocado”.

A intensidade desta comparação cria ansiedade. Nas entrevistas emergiram três razões em particular:

Distorção dos êxitos conseguidos nas redes sociais. Os millennials sentem-se pressionados a igualar as conquistas propaladas pelos seus pares nas redes sociais. Muitos entrevistados reconheceram que estas publicações nas redes sociais eram “editadas” para ocultar as dificuldades e destacar os êxitos. Ainda assim, as comparações são inevitáveis — tal como os sentimentos desmoralizadores que estas podem provocar. Não é de surpreender que um estudo recente da Universidade de Michigan sugira que, quanto mais uma pessoa usa o Facebook, pior se sente.

Histórias divulgadas na comunicação social sobre millennials muito bem-sucedidos. O entusiasmo dos media pelas histórias de sucesso de um pequeno número de jovens também pode ser enganador. Histórias acerca dos êxitos e lucros das suas startups, ou de ascensões rápidas dentro de corporações, criam uma ideia irrealista de sucesso nos indivíduos em princípio de carreira. Listas como a Forbes 30 Under 30 são um pau de dois bicos. Por um lado, podem inspirar as pessoas da mesma faixa etária; por outro, podem recordá-los de que nunca estão a fazer o suficiente.

Inúmeras opções de percurso de carreira e luta constante para concretizarem o seu potencial. A geração do Milénio explora incansavelmente as suas opções devido às redes sociais, ao aumento da proeminência do empreendedorismo como um percurso de vida aceitável e à crença de que terão muitos empregos e não uma carreira única. Além disso, muitos entrevistados acreditam que realizar os seus sonhos é possível, em parte devido às redes de auto-ajuda. A comparação com “eus” futuros hipotéticos cria insatisfação, pois os millennials acreditam que há sempre uma porta aberta, algures, para desenvolverem o seu potencial.

Embora cada um destes três fatores tenha raízes profundas e haja poucas probabilidades de desaparecerem nos próximos tempos, existem táticas para reduzir a comparação impiedosa:

Refletir nos fios condutores que ligam os nossos passatempos e atividades. A comparação originada nas redes sociais incentiva-nos a reparar no que correu bem aos outros, mas não nos leva a refletir sobre os temas que emergem continuamente no nosso próprio trabalho. Através da nossa educação, leituras e passatempos, todos desenvolvemos capacidades e interesses. Estas competências, ou “fios condutores”, como um entrevistado lhes chamou, emergem repetidamente ao longo da carreira de um indivíduo. Ajudam-nos a cultivar valores e uma sensação de enraizamento num mundo cheio de incertezas.

Adotar uma visão a longo prazo da vocação. As carreiras de sucesso constroem-se ao longo de uma vida, uma realidade que muitas vezes se perdera junto dos entrevistados. Um estudo de 2014 feito pela PayScale.com sugere que os salários de homens e mulheres atingem o seu máximo entre o final dos 30 anos e o final dos 40. O facto de a esperança de vida aumentar significa que os millennials devem pensar estrategicamente acerca das suas carreiras e objetivos de vida a longo prazo e no que será necessário para os alcançar ao longo de 30-50 anos, e não em três ou cinco.

Aceitar a solidão. Os entrevistados comentam muitas vezes que estarem ligados a dispositivos móveis e laptops 24 horas por dia, sete dias por semana, é esgotante psicologicamente, e que o mundo online interrompe o tempo para a reflexão individual. Os millennials devem, por isso, ver a solidão — tempo passado a contemplar questões acerca do seu próprio trabalho e vida — como um investimento no seu bem-estar. Solidão não significa, neste contexto, tempo passado sozinho num laptop, mas sim estar sozinho e livre de distrações — uma atividade cada vez mais rara na nossa sociedade.  

 

Fonte: Dinheiro Vivo



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